terça-feira, 3 de abril de 2012

A liberdade acorrenta

Hora de acordar!







“Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim.” E mesmo sabendo disso, ainda temos o desplante de achar que o amor sozinho dá conta de tudo: das nossas expectativas, do ‘pra sempre’ e do ‘eu te amo’. Aliás, nos dias de hoje, ‘eu te amo’ é que nem bom dia… terrível banalização dessas 3 palavrinhas mágicas! Talvez aí esteja o grande problema dos relacionamentos amorosos atuais: a banalização! O fato de termos contas a pagar, supermercado, trabalho e ainda por cima, um corpo e uma mente a dominar, faz com que o imediatismo tome conta da vida da gente.






E aí, o que deveria ser coadjuvante passar a ter ares de protagonista na nossa vida… Sim, porque para amar outra pessoa é preciso primeiro ver em si mesmo todos os aparatos necessários para não depender dela. Ou então, salve-se quem puder nessa história de gato e rato que vira o relacionamento, já que a sensação de posse toma conta e aí danou-se…
Querer tudo a tempo e hora e ser educado pra viver assim destrói a possibilidade de se permitir ser surpreendido pela vida e por alguém especial que ela possa trazer. Querer amar não basta, é preciso permitir-se amar. E do jeito que vai o barco, acho que nem todo mundo percebe a diferença entre essas expressões. E assim, o God, quem poderá nos salvar? (O amor? Aaaaah coitado, ele não tem culpa de querermos largar toda a monotonia das nossas vidas nas costas dele!) Ora, se encontramos a pessoa certa, na maioria dos casos pensamos: ‘aaaah meu Deus, o amor bateu a minha porta.’.. Se nos decepcionamos: ‘é, vou esperar o amor verdadeiro aparecer’.







Ei, hora de acordar! Se o despertador pifou, o mundo não tem culpa! Amor verdadeiro não existe assim pronto. ‘Amor é jardim’ de verdade. A verdade se constrói com cuidado, com liberdade. E essas duas palavrinhas não são antônimos… cuidar também é deixar livre! E tendo em vista a efemeridade dos dias de hoje, é cada vez mais difícil não confundir zelo com posse… Se a gente acha alguém especial, quer mais é que essa pessoa não suma novamente na multidão, não é? Pois bem, é essa imprevisibilidade de poder sumir que faz a diferença. Afinal, não se perde quem se deixa livre. Eis a lição fundamental pra gente: a liberdade acorrenta!












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Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei

Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”

Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.