sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O trapezista


Construo diariamente o mundo que quero para viver
Subo na árvore
Pego a maçã com as mãos
Gastando solado de pé
Corro de encontro com a minha felicidade
Cisco no mundo dos profanos
Canto aos sete ventos palavras de verdade
Trago na boca o gosto suave do vento soprado pelo seu céu
Visto minha melhor roupa para ir ao teu encontro
Percebo que, entre nós, o sofrimento só serve para colorir e criar textos como os que você costuma ler escondido
Batendo descompassado, meu coração cheio de esmero e tinta, curte o carmim dos amores ensolarados
Vermelhos são meus olhos de alegria gotejante
Cheios de não sei o que
Cheios de sentimentalidade
Troço torto, feito bêbado cruzando a rua
Paciente e lento estado da embriaguês
Coisa estranha, borboletas que passeiam no meu estômago
Você, trapezista do Circo de Soleil
Eu, Deborah Colker dos seus passos desalinhados
Tudo isso e nada disso
Pare já com isso
Tudo é igual para todos os amantes
Tudo é tão diferente quando falamos da gente
Sentimento alado, voa e bate acelerado
Esperando a hora certa de voltar

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Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei

Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”

Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.