No decorrer da vida, da caminhada, encontramos muitas pessoas. Pessoas para quem
não revelamos nada e algumas a quem revelamos um pouco de nós. Volta e meia me
perguntam: Por que escreve tanto? Pra que bancar a escritora, a poeta? Meus
amigos que me conhecem, e até amigos que não me conhecem... Escrevo pela
sensação de alivio após pensar tanto sobre mim. Escrevo, porque já não sei como
estarei daqui a três, cinco, dez anos. Tenho medo. Tenho medo de cair em algum
buraco e não me lembrar mais de quem sou, ou pelo menos, de quem eu costumava
ser. Tenho medo de esquecer os amigos, os momentos importantes ou angustiantes o
suficiente, para depois ficar feliz por alcançar algo melhor. Então escrevo,
para me lembrar. Escrevo para lembrar que, antes de tudo, eu sou um punhado de
mim, não importando se é bom ou ruim.
Resumindo: Escrevo para lembrar-me de
mim.
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Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei
Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”
Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.