sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu e o Rio

Parece que eu desaprendi totalmente como escrever. Minhas linhas estão cada vez dificeis, de tal forma que as palavras saem tortas e meu português, que tantas vezes foi tão eloquente e cheio de metáforas escritas facilmente, anda brigado com acentos, virgulas, travessões e até com os simples pingos de letras tão simples estão fugindo de mim. Todos estão fugindo. Parecem querer manter minha página em branco. Mas o que nenhuma letra ou frase ou palavra conseguiu entender ainda é que não há página em branco depois de tantas coisas ditas e feitas. Não há como apagar. Da mesma forma do rio, o livro nunca mais será o mesmo. Nem eu.


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Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei

Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”

Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.